sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

o aforismo é, no conjunto, muito mal aceito; de certa maneira está do lado mal, sendo uma violência cometida contra o discurso, mas não contra a linguagem...
(De um fragmento ao outro. Pg. 35)
na contemporaneidade as pessoas já não sabem onde fica o céu. (ao paulo)
Deus não morreu, tornou-se hiper-real.
Não é quando se retira tudo que não resta nada, mas quando as coisas se revertem sem cessar e a própria adição já não faz sentido.
(Simulacros e simulação. pg. 179)
a ausência do particular aniquila a sombra.
o grande desafio é entrar no jogo sem seguir as regras.
O pensamento gorduroso é fabricado pela mente cansada; esta continua produzindo, à semelhança do corpo cansado, não deixa de funcionar, mas produz gordura!
(De um fragmento ao outro, pg. 34)
amar é um desafio e uma aposta: desafio ao outro de amar de volta.
se-ducere: afastar, desviar do caminho imposto, deslocar.
A sedução sabe que o outro nunca está no termo do desejo, que o sujeito engana-se ao visar o que ama, que todo o enunciado engana-se ao visar o que diz. O segredo é sempre o do artifício.
(A transparência do mal. pg. 185)
onde está a verdade?
síntese de vida cotidiana e festa, o consumo nos gratifica e ao mesmo tempo pune.
a revolução contemporânea é a da incerteza.
silêncio, ligeira catástrofe na tela vazia.
a sociedade do consumo instaura um espaço ilusório de aproximação através de seus mecanismos de comunicação: do outro lado da tela encontra-se o indivíduo em sua solidão essencial.
As referências a Freud, Marx, Saussure e Mauss são obrigatórias no conjunto da obra de Baudrillard. Mas trata-se de referências contrariadas. É preciso jogar Freud contra Freud, Marx contra Marx, Saussure contra Saussure. Fica a pergunta: não seria o caso de jogar Baudrilard contra Baudrillard?
(Hygina Bruzzi em Tributo - Nos passos de Baudrillard: uma trajetória)
é impossível encenar a ilusão.
o infinito do mesmo é o isolamento do outro.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

O jogo está submetido a regras, o que não é sonho, e não deve ser abandonado. A obrigação que ele cria é da mesma ordem do desafio. Abandonar o jogo não faz parte do jogo e a impossibilidade de negá-lo a partir de seu interior faz seu encantamento e o diferencia da ordem do real, criando ao mesmo tempo um pacto simbólico, uma coerção de observância sem restrições, além da obrigação de ir até o fim do jogo, como até o fim do desafio.
(Da sedução, p. 151)
Os olhos tocam, os corpos dançam. E a intensidade que circula entre eles é a da sedução que os acorrenta à revelia de seus discursos.

domingo, 18 de novembro de 2007

onde parece que nada há, é o lugar que a coisas realmente acontecem.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

e atravessa como uma imagem no vidro
algo se perde
parece não haver mais espaço
para sentar no banco da praça em companhia
da vida que passa

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Vivemos na reprodução indefinida de ideais, de fantasmas, de imagens, de sonhos que doravante ficaram para trás e que, no entanto, devemos reproduzir numa espécie de indiferença fatal. (A Transparência do Mal, p.10)
Não há tempo para tanta coisa, não há tempo para o simples.
Qualquer coisa que perca a própria idéia é como o homem que perdeu a sombra — cai num delírio em que se perde. (A Transparência do Mal, p.12)
A sedução é aquilo que desloca o sentido do discurso e o desvia de sua verdade.
(Da sedução
, em alguma página depois da 29)
seduzo-te.
invado-te com faltas e poucas palavras.
dilato tuas artérias e faço romper teu sangue pela boca.
transformo-te em rio turbulento.
corrompo tuas comportas.
desvio-te de teu curso habitual.
retiro tuas certezas, o porto, as portas.
impeço-te de voltar.
o muro expõe o corpo nú da palavra.

domingo, 11 de novembro de 2007

Irredutíveis por sua própria pobreza, eles resistem a toda interpretação, a toda conotação e também não denotam nada nem ninguém: nem denotação nem conotação, eis como escapam ao princípio de significação e, na qualidade de significantes vazios, irrompem na esfera dos signos plenos da cidade, que se dissolvem por sua mera presença.
(A troca simbólica e a morte, citado em O Marginal (grifos de uma civilização existente), de William Mota Ricardo).

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

hiper-real: modelo de um real sem origem e nem realidade.